domingo, 26 de agosto de 2007

Mini Enciclopédia da Musica Progressiva!

O que é Rock Progressivo?


Antes de qualquer coisa quero ressaltar minha posição quanto a esse termo “Rock Progressivo”, creio que Rock não é a definição certa, outro nome comum para definir o estilo é Arte Rupestre esse eu acho mais singular tal como o estilo que ele define.
Aparentemente uma pergunta simples, mas como definir a musica progressiva? Como colocar Genesis, Gryphon, Pink Floyd, Gentle Giant, ElP e centenas de outras bandas de musicalidades distintas numa mesma sacola?
O Progressivo é um estilo hibrido, pois ao mesmo tempo em que tem indícios de Rock, Fusion e Blues mescla com Jazz, Musica Clássica e Erudita além de cada país integrar suas características musicais a essa estrutura.
O que define realmente o Progressivo é a pretensão. O fato de nunca fazer apenas o básico, sempre se superar com enormes suítes, com arranjos complexos, solos virtuosos, discos inteligentes e conceituais, muitas vezes abordando assuntos políticos e sociais, e artistas competentes.
O Progressivo nasceu do Rock Psicodélico nos anos 60, o termo foi usado pela primeira vez para designar o álbum In The Court of the Crimson King do King Crimson lançado em 1969. Na década de 70 o progressivo atingiu seu ápice se tornando uma tendência muito influente em todo mundo e gerou grandes nomes da musicologia como King Crimson, Yes, Genesis, Pink Floyd, Jethro Tull, Soft Machine, Emerson, Lake and Palmer entre centenas de outros.


Características Musicais:

Musicalidade: As faixas com grandes arranjos bem estruturados em atmosferas diversas, algumas ocupando todos os dois lados do álbum, e uma mistura bem dosada do melhor da musica mundial, revolucionaram as gravadoras de todo mundo.

Instrumentação: O Rock Progressivo foi responsável também por inserir no line-up de suas bandas instrumentistas diferentes dos tradicionalmente usados nas bandas de rock (guitarra, teclado, baixo e bateria), adicionando instrumentos típicos do jazz ou de música clássica como a flauta, saxofone, trompete e violino além dos clássicos teclados eletrônicos, Moog, Mellotron, sintetizadores e efeitos eletrônicos, que já se tornaram intimamente associada ao gênero.

Ritmo: Baseada na musica clássica, jazz, folk e influências experimentais, os artistas de rock progressivo estão mais propensos a explorar as quebras de ritmo e mudanças de tempo. O Rock progressivo em geral, tende a ser mais livre na sua abordagem rítmica que outras formas de música. A abordagem varia, dependendo da banda, mas pode variar de batidas regulares a complexas quebras de ritmo.

Melodia e harmonia: No progressivo, as influencias do blues e do rock são muitas vezes substituídas pelo jazz e música clássica. As melodias em sua maioria são bem livres permitindo o experimentalismo.

Aparência: Sons ambientes e elementos teatrais podem ser usados para descrever as cenas, eventos, ou outros aspectos do conceito. Leitmotiv é uma técnica de composição introduzida por Richard Wagner em suas óperas, ligando um tema, que pode ser um personagem, uma situação, um sentimento, ou um objeto ao decurso de todo o drama musical. Essa técnica é freqüentemente usada pelo Gênesis em Harold the Barrel e Robbery, Assault and Battery por exemplo. Mais literalmente, os sons de relógios e caixas registradoras são usados para representar o tempo e dinheiro em The Dark of the Moon do Pink Floyd.


Outras características:

Tecnologia: Na pesquisa por desenvolver novas formas de expandir sua sonoridade as bandas de rock progressivo foram muitas vezes pioneiras na utilização de novos instrumentos musicais, além de verdadeiros desbravadores nos campos da eletrônica e tecnologia. O mellotron, particularmente, foi um símbolo das bandas de progressivo. O Pink Floyd utiliza de um sintetizador “EMS Synthi A” em sua faixa "On the Run" do seu álbum de 1973 Dark Side of the Moon, esse tipo de instrumento foi uma novidade arrebatadora no campo da musica.

Álbuns Conceituais: As faixas do álbum estão dispostas como os capítulos de um livro onde o álbum em sua totalidade narra uma história. As canções das bandas de rock progressivo tendem a ser bem longas, os álbuns freqüentemente ultrapassam um vinil, tendo vários lançamentos em álbuns duplos, triplos e quádruplos.

Tema das canções: O Rock Progressivo tem uma ambição lírica semelhante ao da sua ambição musical, tendendo a evitar os típicos temas de rock/pop como amor, dança e a vida adolescente, ao invés disso são inclinadas para temas encontrados na literatura clássica, fantasia, folclore, problemas sociais ou todos estes. Peter Gabriel do Genesis escreveu muitas histórias surreais, às vezes incluindo elementos teatrais com diversos personagens, enquanto Roger Waters do Pink Floyd faz uma crítica social combinada com lutas pessoais, algo como cobiça loucura e morte.

Encarte: A arte do álbum é muitas vezes uma parte importante do conceito artístico. Esta tendência pode ter começado com Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club dos Beatles e desempenhou um papel importante no marketing do rock progressivo. Algumas bandas se tornaram tão conhecidas pela direção de arte de seus álbuns quanto pelo o seu som, ligando ambos e formando a identidade musical da banda. Isto levou à fama alguns artistas e estúdios de design, podemos citar Roger Dean com seu trabalho com o Yes e Hipgnosis com seu trabalho com o Pink Floyd e vários outros grupos de rock progressivo.

Teatralidade: A partir da década de 1970, algumas bandas de rock progressivo começaram a incorporar elaboradas peças em seus concertos. Peter Gabriel vocalista do Genesis usava diversas fantasias coloridas e exóticas em seus shows, e a banda utilizada lasers e espelhos gigantes sincronizados com a música. Pink Floyd, Marillion e diversas outras bandas usavam do mesmo artifício.


A evolução do Rock Progressivo e seus subgêneros

Ascensão - Fim da década de 60 e início dos anos 70

O progressivo nasceu na Inglaterra no final da década de 60. Basicamente foi uma evolução do Rock Psicodélico predominante nos anos 60, artistas como Jimi Hendrix, The Doors e até mesmo os primeiros trabalhos do Pink Floyd, ainda com Syd Barrett foram o marco inicial do progressivo. Alguns atribuem aos Beatles uma parcela de contribuição para o movimento. As primeiras bandas a levar essa nomenclatura foram o King Crimson e o Yes no final dos anos sessenta. King Crimson, juntamente com Van Der Graaf Generator(VDGG) ajudatam a definir um subgênero da música progressiva chamado Hard Prog, 'hard' referindo-se a atmosfera atormentada de seus registros, no entanto o Debut do King Crimson intitulado In The Court In The Crimson King é uma álbum de progressivo sinfônico.O Yes já no final dos anos 60 estava tocando rock sinfônico, assim chamado por causa do uso de uma orquestra sinfônica em seus registros. O Genesis já gravava no final dos anos sessenta, mas as suas ligações ao rock progressivo ainda não estavam definidas, até o lançamento do álbum Trespass, onde assumiram sua identidade progressiva. Yes e Genesis vieram a ser ícones do rock sinfônico, abrindo caminho para uma imensidão de seguidores ingleses como: Gentle Giant, Camel, entre outros.
A Itália teve um papel fundamental para o desenvolvimento do progressivo sendo o berço do Progressivo Sinfônico. Bandas como Banco Del Mutuo Soccorso (BDMS), Premiata Forneria Marconi(PFM), Le Orme, Quella Vecchia Locanda(QVL) entre outras são responsáveis pelos mais belos álbuns já feitos.
Devido a sua liberdade rítmica o progressivo é muito sub-dividido, uma de suas tendências chama-se Canterbury, por ter vindo de um lugar na Inglaterra de mesmo nome. O Caravan é o maior representante deste estilo junto com as bandas Hatfield And The North, National Health e GONG. Daevid Allen, que mais tarde fundou Gong, junto com Robert Wyatt fundaram o Soft Machine que até seu terceiro disco pode ser considerado como pertencente à cena Canterbury, mas que virou jazz-fusion com Third, outro subgênero, que incluiu também Frank Zappa.
Desta forma ainda no inicio dos da década de 70 3 subgêneros já estão estabelecidos: Symphonic com Yes e Genesis, Canterbury com Caravan e Gong e o Hard Prog com King Crimson e VDGG.

A Década de Ouro - Anos 70

Na Inglaterra o progressivo nasceu se desenvolveu e se reproduziu em diversos subgêneros em todo o globo. Depois que Syd Barrett deixou o Pink Floyd sua música se tornou muito mais suave e com muitas passagens “etéreas” com isso ele definiu mais um subgênero do progressivo o Space Rock. Seguindo Barrett o Gong atingiu seu ápice com o álbum Angel Egg com uma roupagem nos moldes criados por Barrett.
Após a divisão do Yardbirds, Keith Relf formou com sua esposa Jane a banda Renaissance, um grupo que mistura música tradicional com rock progressivo. Junto com o Jethro Tull o Renaissance foi pioneiro na formação de mais um subgênero do progressivo o Folk Prog. O Renaissance alcançou sua capacidade total com a entrada de Annie Haslam substituindo Jane Relf nos vocais, com isso em1975 lançam Scheherazade and Other Stories um álbum realmente belo. Já o Jethro Tull lançou Aqualung em 1971, um álbum clássico, que abriu caminho para que se tornassem uma das maiores bandas de todos os tempos.
O Art Rock, outro subgênero do rock progressivo, foi também desenvolvido nos anos setenta, liderada por bandas como Supertramp, Roxy Music e 10 CC. Esses grupos tocavam uma música mais simples do que nos outros subgêneros.
Ainda na Inglaterra da década de 70 uma forma minimalista do Electronic Prog, se formou com bandas como Kraftwerk, Brian Eno e Cluster hoje denominado Ambient Prog.
De uma mistura de progressivo e jazz surgiu em 1973 um subgênero chamado RIO,(Rock In Opposition) com o álbum de Henry Cown chamado Leg End.

A queda! - Anos 80

O rock progressivo no final dos anos setenta foi suplantado pelo movimento "punk", movimento este que tem por objetivo provar que todos podem tocar independente do talento. O Punk contagiou o mundo e o movimento Progressivo se resumiu ao que foi chamado de neo-progressivo, uma forma mais simples do Progressivo Sinfônico com um peso maior de bateria, o neo-progressivo foi o embrião do Metal Progressivo, que viria com força nos anos 90. SAGA foi provavelmente o pioneiro do Neo-Progressivo, porém bandas como Marillion, IQ e Pendragon são os melhores representantes desse subgênero. Álbuns como Misplaced Childhood do Marillion, Masquerade Overture do Pendragon e Ever do QI.


Uma nova geração - Anos 90

O Metal Progressivo foi um subgênero desenvolvido com exelencia peloDream Theatercom o álbum Images And Words eles ressuscitaram a essência do progressivo que é dar o melhor de si. No entanto, nos anos oitenta alguns grupos já estavam tocando um heavy metal com música progressiva: Queensryche, Fates Warning, Watchtower. Graças a Mike Varney no E.U.A., que fundou o prog selo Magna Carta, e na Europa, o Inside Out Label. Além de prog metal. SPOCK'S BEARD estavam jogando um prog sinfônico com referências a Gentle Giant e GENESIS e ECHLOLYN e IZZ estavam jogando uma música mais perto do neo prog. No Norte da Europa, uma cena Scandinavian prog sinfônico desenvolvido com bandas como The KJINGS FLOWER, ANGLAGARD e Sinkadus, Uma cena RIO post também desenvolvido com DJAM KARET, Thinking Plague ... Alguns grupos de tocar jazz-fusion: Kenso, CARTOONE, DEUS EX MACHINA . PORCUPINE TREE e Ozric Tentacles space rock jogar. Colllaage, Clepsydra são chapéu grandes bandas são fortemente influenciados pelo IQ e Marillion.

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